segunda-feira, 30 de abril de 2012

ler, só


O preconceito é uma coisa mesmo forte, sobretudo porque arranja sempre uma colcha de argumentos para fingir que não o é, que é pensamento racional baseado em dados feitos argumentos. Tenho a felicidade de me ter juntado a um clube de leitura, um concha inquieta de leitores que sempre evitei porque quem manda nos livros que eu leio sou eu e coisas assim, e que me colocou perante a inevitabilidade de ler uma coisa do Valter Hugo Mãe, no caso “O filho de mil homens”. Todo o meu preconceito vinha de uma só fonte: as entrevistas dadas pelo autor. Sempre coisas lamechas, peganhentas, moles, penosas. Passadas 60 páginas do livro posso dizer que o homem é escritor, mesmo que não tenha escrito mais nada bem. E mais uma vez confirmo outro preconceito, o de que dar boas entrevistas não significa rigorosamente nada.

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