quinta-feira, 9 de abril de 2015


Sofia Vergara na edição espanhola da “Vanity Fair”, em julho de 2012. No próximo número da edição norte-americana, de novo rubra, é fotografada por Annie Leibovitz.


Será uma coisa típica de pré-35 anos, mas abraço o cliché, que é para isso que ele existe. Parece que deixei de fumar ou estou em processo para tal. Desta vez é a sério, desta vez é que é. Melhor, desta vez tem mesmo que ser. É qualquer coisa que oiço o corpo a dizer-me, numa voz grave e pausada, mal disfarçando uma paciência que não tem perante as promessas desfeitas. Quando as quebrei não ouvia vozes.
Não, não tem graça nenhuma. Não envolve nenhuma ressurreição de pacotilha para consumir com fotografias de exercício físico no instagram. É apenas a decisão de um corpo que gosta de o ser e que gosta muito de fumar. Abdicar de um prazer é uma desgraça. Deixar de fumar é como perder um amigo. Ouvi-o de uma velha fumadora numa redação, santuário perdido do ato sagrado de escrever e fumar num mesmo movimento. Agora que sei da perda, vou chorá-la, retirar-me dentro da dor e vestir luto. Vermelho parece-me adequado. 

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